“Medusa enredada: como lembrar?…mas…como esquecer?”, de Camila Durães

10/03/2020 15:15

             As violências de gênero serão testemunhadas na apresentação artística “Medusa enredada: como lembrar?… mas… como esquecer?”, de Camila Durães, que se realizará no dia 11 de Março, às 19:00h no auditório do CEDUP, com entrada gratuita. Indicação etária de a partir de 16 anos.

                 O dia 8 de Março, dia Internacional da Mulher, se põe como um convite à reflexão sobre o modo como historicamente a sociedade vem tratando as mulheres e como uma convocação ao enfrentamento da violência contra as mulheres. Segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, foram registrados 1.206 casos de feminicídios no Brasil em 2018, um crescimento de 11,3% com relação a 2017. Sendo que 88,8% dos casos, o autor foi o companheiro ou ex-companheiro, 65,6% tiveram a residência como local do crime, 61% das vítimas são negras, 70,7% das vítimas tinham, no máximo, o ensino fundamental.

A apresentação de teatro “Medusa enredada: como lembrar?… mas… como esquecer?”, de Camila Durães, é uma performance cênica e sonora que testemunha as violências de gênero sofridas pelas mulheres. Medusa é uma das personagens da mitologia grega, e na interpretação de Ovídio, poeta romano, ela tinha uma beleza extraordinária, especialmente por seu cabelo. E por ser sacerdotisa, Medusa teria que se manter casta. E a tragédia se deu na sua vida quando Poseidon, o deus dos oceanos, passou a desejar Medusa, a qual recusou o desejo de Poseidon e por isso, este a estuprou. O mito de Medusa, registrado há milênios de anos, continua se atualizando na contemporaneidade, na qual a mulher é culpada e violentada por ser quem é, uma mulher, enquanto Poseidon, seguiu sem qualquer punição.

Camila Durães ressalta a importância de levar esta performance ao público em geral, apostando na arte como uma forma de sensibilizar as pessoas para o problema das violências de gênero. E comenta que as violências contra os grupos sociais mais vulneráveis, como mulheres, LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexo…), é indicativo de uma adoecimento social amplo que se expressa na destruição da vida.

Esta apresentação artística “nasce do imbricamento da minha formação como artista: música, teatro, performance, e como pesquisadora sobre gênero e feminismo, e do seu próprio percurso de prática”, diz a artista Camila Durães.

Camila Durães é violoncelista, é mestra em etno-musicologia na UDESC, é doutoranda no curso Interdisciplinar da Pós-Graduação em Ciências Humanas da UFSC, na área de estudos de gênero. E vem desenvolvendo pesquisas na área de performance e análise de Música Contemporânea/ Música Nova, com ênfase na performance violoncelística, e no campo de estudos de Gênero, Feminismos e Música.

A performance “Medusa enredada” revela o  machismo estrutural que constitui o processo social e a formação dos sujeitos, reproduzindo violências e mortes. E a Universidade, como uma instância formativa, se põe no enfrentamento das violências contra a mulher e contra qualquer tipo de violação dos direitos humanos.

Com entusiasmo, a Assistência Estudantil da UFSC Curitibanos e a Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD) da UFSC Florianópolis convidam o município de Curitibanos para assistirem à performance cênica e musical: “Medusa enredada: como lembrar?… mas… como esquecer?”, e logo depois acontecerá uma roda de conversa com o público, na qual contaremos com a participação da artista Camila Durães e do psicólogo da SAAD, Aurivar Fernandes Filho.

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