Projeto da UFSC Curitibanos trabalha para restauração de 302 hectares de Mata Atlântica
Uma iniciativa que prevê, entre outras ações, a restauração de 302 hectares de Mata Atlântica em áreas nas regiões do Meio-Oeste e do Planalto Catarinense começou a ganhar ritmo há alguns dias. A atividade faz parte do projeto Restauração Ecológica da Floresta Ombrófila Mista (Reforma), idealizado por professores do Centro de Ciências Rurais (CCR), do Campus de Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto prevê a construção do Centro Reforma, obra iniciada em junho.
O centro vai oferecer capacitação e a formação de recursos humanos especializados em restauração ecológica. O Reforma é um projeto da UFSC e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), com financiamento do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e gestão financeira da Fapeu. A iniciativa envolve 13 professores do CCR do Campus de Curitibanos, além de alunos bolsistas dos cursos de Graduação em Engenharia Florestal e Agronomia e mestrandos em Ecossistemas Agrícolas e Naturais. Os colaboradores apresentam atividades de pesquisa e atuam nas etapas de diagnóstico, implantação das técnicas de restauração e monitoramento.
A restauração é prevista em dois perfis de áreas : 92 hectares da Unidade de Conservação Parque Estadual do Rio Canoas (Paerc), em Campos Novos, e 210 hectares do assentamento da reforma agrária Índio Galdino, nas cidades de Curitibanos e Frei Rogério. A área total de 302 hectares beneficiados pelo projeto equivale a cerca de 420 campos de futebol. O projeto Reforma também conta com as parcerias do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (Oscip Grimpeiro), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O Parque Estadual do Rio Canoas é uma unidade de conservação localizada em uma faixa de transição entre o ecossistema da Floresta Estacional Decidual (FED) e a Floresta Ombrófila Mista (FOM) composta por araucárias, cedros e outras espécies de árvores de grande porte. É lar de uma fauna diversificada, desde cervídeos a felinos, entre eles a onça-parda. A unidade colabora com a proteção do meio ambiente e da biodiversidade da área. A restauração do Projeto Reforma vai atuar na Zona de Recuperação, onde existe um histórico de invasão biológica de árvores altas da espécie Pinus spp.
O Assentamento Índio Galdino abriga 51 famílias nas cidades de Curitibanos e Frei Rogério no Meio Oeste. O projeto vai trabalhar nas áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente (APP), em cursos de capacitação aos agricultores e técnicos e na construção de um viveiro, em área coletiva, com capacidade para 50 mil mudas anuais.
O Projeto Reforma iniciou as atividades em 2021, com o primeiro momento de três previstos para a ação de restauração, o diagnóstico preliminar e participativo. Em seguida, serão realizadas as etapas de implantação de técnicas de restauração e, ao final, o monitoramento.
Com informações da revista Fapeu, disponível no link .

A construção do Centro Reforma teve início em junho. Fotos: Divulgação/Agecom/UFSC

Os professores do CCR apresentam ações diretas em todas as etapas do projeto